quinta-feira, 31 de março de 2011

A História do Primo Fujão

Prezados(as) primos(as), Eu conheço uma história de primo fujão, ocorrida na casa de Mãe Auta na década de 80 e acredito que a provocação de Aureliano se refere a ela. Certo dia, por volta das 11:00 horas, eu e Leno, testemunho de muitas histórias lá do sítio, estávamos saindo da sala para o terreiro, quando repentinamente aparece Marcos de Tia Inês à nossa frente. A cena nos causou espanto, primeiro porque ele tinha apenas uns 12 anos de idade e depois por ser um dia de semana qualquer. O costume era os parentes chegarem em final de semana e os mais novos sempre acompanhados por alguém mais velho. Pois bem. Com as suas brincadeiras de hábito, Leno disse algo mais ou menos assim: "parece que Pereira (nome que ele chamava com Marcos ) fugiu de casa". Marcos ouviu e ficou calado. Entrou, guardou lá sua sacola e foi andar pelo sítio, como todos fazemos ao chegar naquela casa. No dia seguinte, chega o seu irmão Otávio, procurando por Marcos, que havia exatamente fugido de casa e Tia Inês, com aquela calma e a paciência de sempre, deduziu que ele teria ido para Cova dos Caboclos. Em conversa posterior, ela esclareceu que tinha feito essa dedução porque Marcos falava quase semanalmente sobre o sítio. Depois que Ostrálio chegou (nome dado a Otávio) e as coisas foram esclarecidas, Marcos confessou que também tinha passado por um susto, na hora que nos encontrou na entrada do terraço. É que ao ouvir as palavras de Leno, ele ficou impressionado e pensando que a gente já sabia da sua astúcia. A dúvida dele era a seguinte: "Como é que eles já sabem que eu fugi de casa ?" Porque se chamava Marcos de "Pereira" O momento é oportuno para esclarecer mais uma invenção de Leno. Naquela época havia um senhor já com seus 60 ou 70 anos de idade, que andava muito pelas ruas de Sanharó, sempre com um boné na cabeça e a aba de proteção apontada para um dos lados, nunca para a frente da cabeça. Marcos, que era um dos frequentadores do sítio em época de férias escolares, era orientado por Tia Inês para usar um boné quando estivesse sob a quentura do sol. Ele atendia à recomendação, mas, sempre que ia ao mato caçar de baliadeira, colocava o boné na cabeça com a aba de lado, exatamente igual a Pereira. A agente achava que ele fazia isso para ver os passarinhos que estivessem no alto das árvores. Porém, como a imagem lembrava a figura do tal Pereira da rua, surgiu a brincadeira. Porque se chamava Otávio de "Ostrálio" Essa foi invenção de Eraldo. Certa ocasião, logo quando ele começou a trabalhar no curral, entrou na Casa de Mãe Auta e ouviu quando Tatá chamou Otávio para tomar café. Eraldo ainda não conhecia bem os netos que frequentavam a casa e achou aquele nome estranho. Ao retornar para o curral disse a Leno tinha "um tal de Ostrálio na casa de Natália" Isso era suficiente para surgir mais uma brincadeira entre os primos e, por um bom tempo, era com esse nome que a gente chamava Otávio. Abraços para todos da nação Cordeiro & Leite. Oportunamente contarei outras histórias.

Cláudio Cordeiro (em 27/03/2011) (filho de Tia Lourdes)